Telescópio Alma capta imagem de galáxias em colisão
Observatório mais poderoso do mundo começa operações mostrando imagem que não poderia ser observada por outros telescópios
   


Depois de mais de uma década de trabalho, o Grande Conjunto de Radiotelescópios do Atacama (Alma, na sigla em inglês), o mais ambicioso projeto de astronomia terrestre que ainda está em construção no deserto do norte do Chile, iniciou suas operações observando com nitidez incomparável duas galáxias em colisão.

A primeira imagem revelada pela Alma corresponde às Galáxias das Antenas, um dueto de galáxias em colisão, situadas na constelação de Corvus e descobertas em 1785.
Telescópio mais poderoso do mundo começa as operações e revela a sua primeira imagem


Foto: ALMA (ESO/NAOJ/NRAO)                                               

Telescópio mais poderoso do mundo começa as operações e revela a sua primeira imagem
"Este tipo de observação será vital para nos ajudar a compreender como as colisões de galáxias podem provocar o nascimento de estrelas. Este é apenas um exemplo de como a Alma revela partes do universo que não podem ser observadas pelos telescópios ópticos e infravermelhos", destacou comunicado.
A observação foi feita durante fase de testes por 12 das 66 antenas interligadas que integram o megaprojeto, localizado na Planície Chajnantor, a 5.000 metros de altitude, no deserto do Atacama, quando ainda restam dois anos de construção.
O local, extremamente seco, oferece as melhores condições para a radioastronomia, que explora o universo através de ondas de rádio emitidas por galáxias, estrelas e outros corpos celestes, não captados pelos telescópios ópticos e infravermelhos que só percebem a luz visível.
A Alma capta comprimentos de onda milimétricas e submilimétricas, 1.000 vezes mais longas do que os comprimentos de onda de luz visível, o que lhe permite ver através das densas nuvens de poeira cósmica e gás onde se formam estrelas e planetas, assim como objetos muito distantes no universo.
"Esperamos muito tempo para chegar ao ponto de que a Alma seja capaz de fazer ciência. Foi um longo caminho, mas todas as partes que precisávamos para construir este telescópio por fim se uniram e temos os primeiros resultados", disse Richard Hills, chefe de projetos científicos do Alma.
"Os resultados são realmente melhores do que podíamos esperar. São perfeitamente claros, não há nada de desordem nos dados; foram obtidos exatamente tal como esperávamos e nos mostram o que está acontecendo dentro destas galáxias que estávamos procurando", acrescentou Hills na base de operações do projeto, situada a 2.900 metros de altitude.
Espera-se que o projeto esteja concluído em 2013, quando as 66 antenas funcionarão como um único grande telescópio, com resolução 10 vezes superior ao telescópio espacial Hubble.
"Cada antena por si só é muito precisa, mas todas juntas equivalem a uma antena muito maior. As antenas podem ser instaladas em um raio de 150 metros, que é muito preciso, ou em um raio de 15 km, que equivale a uma antena de 15 km de diâmetro. Então, consigo ver muito mais longe e com mais precisão", explicou à AFP Martin Mündnich, engenheiro mecânico de antenas.

Para transferir as antenas, de 12 metros de diâmetro, foi necessário desenvolver um veículo especial de 14 rodas, capaz de levantá-las sem danificá-las. A 5.000 metros, deve-se ter cuidado especial com a poeira, o vento e a temperatura, que passa dos 30 graus durante o dia a 15 ou 20 graus negativos à noite.
"Chajnantor é um lugar espetacular. É muito seco e não temos umidade na atmosfera. Para as freqüências que precisamos observar, a umidade é a mais emblemática. Às vezes, vimos em Chajnantor que o nível de unidade no topo da antena é de 0, isto é, entre a antena e a estrela não há nada de água, algo espetacular que só ocorre aqui em todo o mundo", acrescentou.
O conjunto de radiotelescópios é o primeiro projeto astronômico do qual participam Europa, Estados Unidos e Japão, em cooperação com o Chile.

O programa tem um orçamento estimado em 600 milhões de dólares, financiado prioritariamente pela Organização Européia para a Pesquisa Astronômica no Hemisfério Sul e a Fundação Nacional de Ciências dos Estados Unidos.
Trata-se de um projeto aguardado pela comunidade científica. Para a primeira etapa, foram recebidos 900 pedidos de observação, dos quais foi escolhida cem dos melhores trabalhos, que "cobrem um amplo espectro de temas, de estrelas, galáxias, planetas, cometas ou objetos distintos", disse Hills.

"Existem tipos de instrumentos ou telescópios similares no mundo, mas a Alma é entre 10 e 100 vezes mais propensos do que os outros. Com 16 antenas (já em operação), somos tão poderosos quanto os instrumentos que existem agora", disse Lars Nyman, chefe de operações científicas.
As metas da Alma são ambiciosas. "Deveríamos poder ver a formação das primeiras galáxias do universo", assegurou Nyman.


Nasa: grandes asteróides representam ameaça remota à Terra
Agência espacial rastreou 90% dos corpos celestes e descobriu que chances de algum deles atingir o planeta são mínimas

Foto: NASA/JPL

Asteroide Vesta, fotografado pela sonda Dawn: riscos destes corpos celestes para a Terra são mínimos

Há menos asteróides gigantes no espaço do que se acreditava, e a maioria dos grandes localizados próximo à Terra já foram localizados, motivo pelo qual há uma ameaça remota de que algum deles atinja o planeta, anunciou a Nasa.
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As últimas informações do Wide-Field Infrared Survey Explorer, o telescópio Wise da agência espacial americana, revelam que 93% dos asteroides com 1km de diâmetro ou mais já foram localizados.


As últimas informações do Wide-Field Infrared Survey Explorer, o telescópio Wise da agência espacial americana, revelam que 93% dos asteroides com 1km de diâmetro ou mais já foram localizados.
Os cientistas pensavam que houvesse mil deles, mas revisaram essa cifra para 981, dos quais 911 foram localizados e estão sendo monitorados.
"O risco de que um asteroide realmente grande atinja a Terra antes de que possamos localizá-lo e dar o alerta caiu consideravelmente", disse Tim Spahr, diretor do Centro Minor Planet do Centro Harvard-Smithsonian de Astrofísica em Cambridge, Massachusetts.

FONTE: Disponível em: http://ultimosegundo.ig.com.br/ciencia/nasa-grandes-asteroides-representam-ameaca-remota-a-terra/n1597249705450.html. Acesso em: 03/10/2011


Grande asteroide passará 'raspando' pela Terra em novembro
Cientistas da Nasa avisam que não há risco de colisão com o planeta. Apenas em 2028 outro asteroide chegará tão perto da Terra

Foto: NASA/Cornell/Arecibo

Asteroide visto pelo telescópio de Arecibo, em 19 de abril: perto, mas sem riscos

Um grande asteroide vai passar "raspando" pela Terra em novembro deste ano, informou a Nasa, a agência espacial americana.

Embora o asteroide 2005 YU55 tenha sido classificado como um objeto potencialmente perigoso, os especialistas dizem que não há riscos de que ele colida com a Terra nos próximos cem anos.
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Esta é a primeira vez que cientistas preveem a passagem tão próxima à Terra de um objeto desse tamanho.

A Nasa informou que um evento como esse não deve se repetir até 2028, quando o asteroide (153814) 2001 WN5 deve passar a uma distância ainda menor do nosso planeta.

Identificado em 2005 pelo astrônomo Robert McMilan, do Spacewatch Program, em Tucson, no Estado do Arizona (EUA), o asteroide 2005 YU55 vai passar a uma distância de 323 mil km da Terra.


Observação




Com cerca de 400 metros de diâmetro, ele poderá ser visto por meio de telescópios relativamente pequenos. O melhor momento para tentar observá-lo, segundo a Nasa, será na noite de 8 de novembro, depois das 21h na zona do Atlântico leste e oeste africano. Mas não será fácil acompanhar sua trajetória, já que o asteroide estará se movendo em alta velocidade.

Segundo descrições, trata-se de um objeto muito escuro, de forma esférica.

Os astrônomos pretendem aproveitar a oportunidade para estudar a rotação do asteroide e determinar a aspereza de sua superfície e sua composição mineral.


FONTE: Disponível em: http://ultimosegundo.ig.com.br/ciencia/grande+asteroide+passara+raspando+pela+terra+em+novembro/n1300153366085.html. Acesso em: 03/10/2011


Descoberto asteroide que segue a Terra há milhares de anos
Encontrado pelo observatório Wise, 2010 SO16 é uma raridade, já que não cruza a órbita de nenhum outro planeta do Sistema Solar.

Foto: Nasa
O círculo vermelho marca a posição do asteroide, rastreado por observatório no solo

O observatório espacial Wise, da Nasa, encontrou um asteroide que nunca se aproxima de nenhum outro planeta do Sistema Solar, exceto a Terra, e que mantém uma órbita estável pelos arredores do nosso planeta, provavelmente, há milhares de anos.


Batizado de 2010 SO16, esse asteróide difere dos demais corpos que periodicamente se aproximam de nós por ter uma órbita praticamente circular, que nunca se afasta muito da Terra. Outros asteroides e cometas que passam por aqui geralmente cruzam as órbitas de outros planetas, também.

A Nasa adverte, porém, que embora esse asteroide pareça perseguir a Terra, ele nunca chega realmente perto em nenhuma outra escala além da astronômica: sua distância de nós jamais é inferior a 50 vezes a que nos separa da Lua.

Outra característica curiosa de 2010 SO16 é que, vista da Terra, sua órbita tem a forma de uma ferradura: nunca parece ultrapassar o nosso planeta, em sua trajetória ao redor do Sol.
“A origem desse objeto deve se mostrar muito interessante”, disse, por meio de nota, Amy Mainzer, do laboratório de Propulsão a jato da Nasa.

FONTE: Disponível em: http://ultimosegundo.ig.com.br/ciencia/descoberto+asteroide+que+segue+a+terra+ha+milhares+de+anos/n1300038677976.html. Acesso em: 03/10/2011


Asteroide passa perto da Terra
Cientistas afirmam que apesar do corpo celeste chegar a uma distância menor que a Lua, o planeta não corre risco.
Um asteroide de 400 metros de comprimento passará perto da Terra na terça-feira (8), em uma aproximação rara que não representa risco de impacto para o planeta. Quando eles se aproximar, às 21h28 (horário de Brasília) desta terça-feira (8) ele estará a apenas 324.600 quilômetros da superfície da Terra – mais próximo que a Lua. O fenômeno representa uma ótima oportunidade para astrônomos de todo o mundo poderem estudar asteroides e sua rota.
A trajetória do asteroide 2005 YU55 é bem conhecida dos cientistas e não representa nenhum problema de impacto na Terra. Até mesmo a influência gravitacional do asteroide não terá efeito detectável no planeta, não alterando as marés e muito menos nas placas tectônicas.

Se o tempo permitir, curiosos poderão ter a chance de ver, com o auxílio de um telescópio com lente de diâmetro de 15 cm, uma pequena mancha do asteroide no céu. A visualização será no Hemisfério Norte. Poucas horas depois de passar próximo a Terra, o 2005 YU55 terá o pico de luminosidade, que é 100 vezes mais fraco que o limite da visão humana. Centros de astronomia estão recrutando astrônomos amadores para medir o brilho do asteroide durante sua passagem perto da Terra.

"É a primeira vez desde 1976 que um objeto desse tamanho passa tão perto da Terra. Isso nos dá uma grande e rara chance de estudar um objeto próximo da Terra como esse", disse o astrônomo Scott Fisher, da Fundação Nacional de Ciências dos EUA, durante conversa com jornalistas pela Internet na sexta-feira (4).

Foto: Nasa/JPL-Caltech Ampliar

Imagens de radar captaram o asteroide 005 YU55 na segunda-feira (7) a 1,38 milhão kms da Terra
A rocha tem cerca de 400 metros de diâmetro - do tamanho de uma navio-, e sua órbita e posição são bem conhecidas, acrescentou o pesquisador Don Yeomans, do Laboratório de Propulsão a Jato da Nasa, em Pasadena (Califórnia).

Uma equipe do Instituto Americano Carnegie vai acompanhar a passagem do asteroide em busca de informações sobre a mineralogia de corpos do sistema solar primitivo. Cientistas da Nasa estão rastrear o 2005 YU55 da agência em Goldstone, Califórnia a cada quarto horas desde domingo (6 ) até quinta (10). O Observatório de Arecibo, em Porto Rico vai rastreá-lo a partir de terça-feira.

Embora o 2005 YU55 esteja em órbita vizinha à Terra (e também de Vênus e Marte), a passagem de 2011 será a mais próxima dos últimos 200 anos e um evento similar não voltará a ocorrer até 2028.

O asteroide




O 2005 YU55 foi descoberto em 2005 por Robert McMillan, do projeto Spacewatch, grupo de cientistas que observa o sistema solar perto de Tucson, Arizona (sudoeste).

O objeto faz parte de um conjunto de 1.262 asteroides grandes, que giram ao redor do sol e têm mais de 150 metros de largura, que a Nasa qualifica como "potencialmente perigosos".

"Queremos estudar estes asteroides, de forma que se algum dia formos atingidos, saibamos o que fazer com ele", disse Statler.

A passagem mais próxima que um asteroide fará da Terra será em 2094, a uma distância de 269.000 km, segundo as previsões.


Nasa cria mais preciso mapa já feito da superfície da Lua
Com mapa é possível determinar graus de inclinação de todos os principais terrenos da Lua

Foto: Nasa Ampliar

Mapa possibilita planejar melhor futuras missões à Lua, tripuladas ou não

A Nasa (agência espacial americana) divulgou o mais preciso mapa da superfície da Lua já feito. O mapa foi produzido usando informações enviadas pela nave Lunar Reconnaissance Orbiter (LRO, ou Orbitador de Reconhecimento Lunar, em português), lançada em junho de 2009.

As imagens revelam depressões e elevações em quase toda a Lua. Um pixel no mapa representa uma área praticamente igual a dois campos de futebol.

"Nossa nova visão topográfica da Lua fornece os dados que os cientistas lunares esperavam desde a era das missões Apollo", disse Mark Robinson, cientista-chefe da câmera da LRO.

Com o mapa, segundo Robinson, é possível determinar os graus de inclinação de todos os principais terrenos geológicos da Lua em uma escala de 100 m, além de determinar como a crosta lunar foi deformada, entender melhor a mecânica das crateras geradas por impactos e planejar melhor futuras missões à Lua, tripuladas ou não.

Dois instrumentos foram usados para produzir o mapa: a câmera com lente grande-angular e um altímetro a laser.




Magma da Lua contém tanta água quanto o terrestre
Análise de amostra do magma da Lua mostrou mesmo teor de substâncias que a Terra e água suficiente para encher o mar do Caribe

Foto: Nasa/ cortesia de Fernando Echeverria

Estudo revelou que interior da Lua é muito parecido com o da Terra, tornando antigas teorias mais obscuras


A Lua não é seca. Na verdade, partes do interior do satélite contêm mais água que regiões inteiras do manto da Terra. São 3,5 bilhões de bilhões de litros, água suficiente para encher o mar do Caribe, uma quantidade 100 vezes maior que o imaginado, de acordo com estudo que analisou amostras de magma contido dentro de pequenos cristais, trazidos da missão Apollo 17, há quase 40 anos.

A descoberta põe em questão a teoria mais aceita para a formação da Lua. Nela, um impacto gigante de um corpo celeste do tamanho de Marte teria colidido com a Terra e os detritos fundidos deste impacto formaram a Lua. No entanto, o grande impacto teria que ter gerado altas temperaturas, o que conflita com a nova descoberta de água no interior lunar.

“Nossos dados não excluem completamente a teoria do impacto. Só que ele não permite o alto teor de água lunar que descobrimos, já que a Lua seria o resultado da fusão quase total do material que entrou em órbita após o impacto. Porém, no vácuo do espaço, este material ficaria completamente desidratado”, explicou ao iG Erick Hauri, geoquímico do Carnegie Instituto e um dos autores do estudo publicado hoje (26) no periódico científico Science.

O mais surpreendente do estudo é que há mais semelhança entre a Lua e a Terra do que o esperado. Os resultados da análise mostram que a Lua é o único objeto em nosso Sistema Solar com teor de substâncias voláteis em seu interior tão semelhante ao manto superior da Terra.

Foto: Thomas Weinreinch/ Brown University Ampliar

Fotografia optica da amostra do magma contido em pequenos cristais

As pequenas amostras – a maior amostra de magma lunar mede 30 micrometros, menos que o diâmetro de um fio de cabelo - vieram de uma área da Lua, que tinha composição similar ao manto superior da Terra. Isto quer dizer que o nível da água no magma da Lua é semelhante ao encontrado no magma da Terra, mais especificamente nos vulcões das grandes cadeias de montanhas submersas no oceano, que se originam do afastamento das placas tectônicas - os vulcões mais produtivos da Terra.

“A água desempenha um papel importante no comportamento tectônico de superfícies planetárias, o ponto de fusão de interiores planetários, bem como a localização e estilo de erupção de vulcões do planeta”, disse Hauri.

Pólo sul lunar

O novo estudo dá ainda uma nova guinada sobre a origem do gelo detectado em crateras nos pólos lunares. No ano passado, a missão LCROSS encontrou gelo em crateras no pólo sul lunar. O estudo afirmava que a água teria vindo de fora da Lua, a partir de um cometa. No entanto, com a descoberta de que há muita água no interior da Lua, o gelo poderia vir do magma.

“Durante os eventos vulcânicos, há uma quantidade significativa de gás removido, por exemplo, a nova erupção na Islândia, a nuvem de gás veio de remoção de gás do interior da Terra. Portanto, ocorre transferência significativa do interior para a superfície, e o gás é condensado devido à baixa temperatura na superfície, se transformando em gelo”, disse ao iG Alberto Saal do departamento de Ciências Geológicas da Universidade de Brown e que também participou do estudo.



Estudo confirma validade da Teoria da Relatividade no espaço

Grupo de cientistas dinamarqueses mostrou que a luz se comporta como previu Einstein mesmo nos confins mais longínquos do universo


Foto: ESO/J. Borissova

Aglometados estelares descobertos em agosto: estudos desse tipo de grupo de estrelas provou validade da teoria de Einstein


Uma equipe de astrofísicos confirmou que a teoria da relatividade geral de Albert Einstein é válida em escala cósmica, e não só no sistema solar, ao comprovar que a gravidade influi na luz procedente de longínquos conglomerados galácticos, segundo estudo publicado na edição desta quarta-feira (28) da revista Nature.
Por puro acaso, esta pesquisa, que ainda precisa de confirmação, foi publicada alguns dias depois de uma descoberta que lançou dúvidas sobre a teoria de Einstein. Uma equipe de físicos detectou neutrinos, partículas elementares da matéria, deslocando-se a uma velocidade sutilmente superior à da luz, um "limite insuperável" segundo a teoria da relatividade.
Muito antes deles, Radek Wojtak do Dark Cosmology Centre, da Universidade de Copenhague e seus colegas tentavam confirmar a teoria de Einstein, analisando a luz que chega à Terra de galáxias situadas nos 8.000 conglomerados, cada um dos quais é formado por milhares de galáxias.
Segundo esta pesquisa, a gravidade garante a coesão dos agrupamentos, mas também influi na luz que cada uma das galáxias emite no espaço.

De acordo com a teoria de Einstein, a frequência da luz diminui e seu comprimento de onda se amplia por efeito da gravidade. Como consequência disso, ocorre um desvio do espectro luminoso para o vermelho (chamado de "redshift") gravitacional, diferente do que provoca o distanciamento das galáxias.
Comparando o comprimento de onda da luz procedente das galáxias situadas no coração dos conglomerados, onde a gravidade (atração universal) é mais forte, ao das galáxias situadas na periferia, a equipe de astrofísicos conseguiu medir "pequenas diferenças em seu 'redshift'", explicou Radek Wojtak.
"Vimos que a luz das galáxias situadas no meio de um conglomerado demora para sair do campo gravitacional, enquanto que a luz das galáxias periféricas emerge mais facilmente", acrescentou o cientista em um comunicado.
Uma vez calculada a massa de cada conglomerado galáctico, os astrofísicos usaram a teoria da relatividade geral para avaliar o "redshift gravitacional" das galáxias segundo sua posição no conjunto.
Estes "cálculos teóricos" do 'redshift' gravitacional se mostraram "completamente em consonância com as observações", reforçou Wojtak. O desvio para o vermelho varia "proporcionalmente em função da influência gravitacional dos conglomerados galácticos", acrescentou.
"Nossas observações confirmam, assim, a teoria da relatividade", destacou.
Foram feitos testes na escala do sistema solar ou de algumas estrelas. Por enquanto, foi "comprovada a escala cósmica e isto confirma que a teoria da relatividade geral funciona", concluiu o cientista.

A equipe de astrofísicos comparou os resultados obtidos com as previsões de vários modelos cosmológicos. Segundo Wojtak, há "fortes indícios da presença de uma energia escura" responsável pela aceleração da expansão do universo, mas ele não descarta que possa haver outros motivos.
Segundo cálculos baseados na teoria da relatividade geral, uma energia escura de natureza desconhecida representa 72% do universo. Uma matéria escura misteriosa, invisível, constituiria 23% e teria 5% de matéria visível, formada, por exemplo, de estrelas e planetas.

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